Para maiores informações sobre o congresso, acesse o site:
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
43rd CRITICAL CARE CONGRESS
Começa hoje, em São Francisco, o 43rd Critical Care Congress. Um dos mais importantes eventos da especialidade no mundo.
Manejo de Vias Aéreas em Pacientes neurológicos (HIC)
Boa tarde a todos!
A AMIB divulgou recentemente um ótimo protocolo de manejo de vias aéreas em pacientes neurológicos (HIC). O protocolo foi desenvolvido pela equipe do Hospital São Lucas, do Rio de Janeiro, coordenada pelo Dr. Marcos Knibel qual pode ser acessado pelo site:
http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/PaNCE_Intubac_a_o_traqueal_e_ventilac_a_o_meca_nica.pdf
A AMIB divulgou recentemente um ótimo protocolo de manejo de vias aéreas em pacientes neurológicos (HIC). O protocolo foi desenvolvido pela equipe do Hospital São Lucas, do Rio de Janeiro, coordenada pelo Dr. Marcos Knibel qual pode ser acessado pelo site:
http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/PaNCE_Intubac_a_o_traqueal_e_ventilac_a_o_meca_nica.pdf
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
US na UTI: Uma ferramenta diagnóstica e de monitorização no paciente gravemente enfermo
O US tem ganhado progressivamente um maior destaque na Unidade de Terapia Intensiva. Sendo utilizado tanto para diagnosticar patologias, quanto para a monitorização do paciente gravemente enfermo (tanto ventilatória, quanto hemodinâmica). Podendo ser até considerado como uma extensãp do exame físico na UTI.
A sinusite maxilar é uma das causas de febre em pacientes gravemente enfermos, além de ser um importante sítio primário de outras complicações mais graves, como a pneumonia e a meningite. A avaliação de seios maxilares patológicos por meio do US, por médico intensivista, apresenta sensibilidade de 86%2 e uma especificidade de 100%2. Em casos de hipertensão intracraniana, o rastreamento através da mensuração do diâmetro da bainha do nervo óptico, apresenta sensibildade de 90% e especificidade de 85% (área sob curva ROC de 0,94)3. Tendo uma sensibilidade de diagnóstico para pneumonia variando de 94 a 100%; com uma especificidade variando em torno de 88 a 100%, conforme a apresentação ultrassonográfica encontrada. 4
Nesse caso, demonstramos essa realidade, através do breve relato do caso do paciente E.O.; que foi internado na UTI do HU-UFPB devido a quadro de sepse grave, com provável foco pulmonar e com meningite. O paciente apresentava-se com rebaixamento de nível de consciência, com escore 06 na escala de coma de Glasgow, motivo pelo qual foi realizada intubação orotraqueal e iniciada ventilação mecânica invasiva com pressão positiva.
Em avaliação admissional por US pulmonar constatou-se pulmão normal (padrão pulmonar A em todas as zonas estudadas bilateralmente); o que em conjunto com uma veia cava de 0,51 cm com colapsabilidade completa durante o ciclo ventilatório, foram tidos como preditores de fluidorresponsividade. Motivo pelo qual o paciente foi conduzido com terapia de reposição volêmica com cristalóide. Além, de conduzir ao raciocínio que o pulmão provavelmente não seria o foco infeccioso em questão.
Ao ser realizada a mensuração do diâmetro da bainha do nervo óptico, ao US transocular, obteve-se uma medida de 0,65 cm. O que corresponde com elevada acurácia a uma pressão intracraniana maior ou igual a 20 mmHg.
O seio maxilar esquerdo, ao US, encontrava-se com opacidade.
Com tais dados, concluiu-se que o paciente encontrava-se com sinusite e hipertensão intracraniana. Sendo a primeira o provável foco infeccioso inicial. Além de constatar a fluidorresponsividade do paciente. Essa avaliação inicial foi inferior a 05 minutos. A terapia de reposição volêmica foi, também, guiada pelo US. Através da análise do US Pulmonar (verificação de aparecimento de Linhas B) e pelo diâmetro e variabilidade da veia cava inferior.
Portanto, como demonstrado nesse caso, o US é uma ferramenta com inúmeras utilidades para a rotina do intensivista. Podendo fornecer informações extremamente úteis para guiar o diagnóstico e a conduta nos pacientes internados na UTI.
1. Rouby JJ, Laurent P, Gosnach M, Cambau E, Lamas G, Zouaoui A, Leguillou , JL, Bodin L, Khac TD, Marsault C, Poète P, Nicolas MH, Jarlier V, Viars P (1994) . Risk factors and clinical relevance of nosocomial maxillary sinusitis in the critically ill. Am J Respir Crit Care Med 150:776–783
2. Lichtenstein D, Biderman P, Mezière G, Gepner A (1998) The sinusogram: real-time ultrasound sign of maxillary sinusitis. Intensive Care Med 24:1057–1061
3. Dubourg J., Javouhey E., Geeraerts T., Messerer M., Kassai B.. Ultrasonography of optic nerve sheath diameter for detection of raised intracranial pressure: a systematic review and meta-analysis. Intesive Care med (2011) 37:1059–1068
4. Lichtenstein D A and Meziere G A, Relevance of lung in the diagnosis of acute respiratory failure: The BLUE Protocol. Chest, 2008. 134(1): p. 117-25
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
US Pulmonar como ferramenta para guiar o recrutamento alveolar em paciente sob Ventilação Não-Invasiva
A Ventilação Não-Invasiva (VNI) com pressão positiva é uma excelente ferramenta para realizar o recrutamento alveolar em pacientes gravemente enfermos, com áreas pulmonares pouco "aeradas", como em casos de atelectasia. Nesses pacientes, a utilização da ultrassonografia pulmonar pode desempenhar um excelente papel na monitorização do recrutamento. O que se justifica pela avaliação da "aeração" pulmonar, como demonstrado nas imagens abaixo. As quais representam a análise ultrassonográfica de um paciente de 57 anos, com sequela de AVC isquêmico, traqueostomizado, com quadros de hipoxemia de repetição associados à atelectasias. Em que foi utilizado ultrassom para avaliar o recrutamento alveolar.
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Tratamento da Síndrome Coronariana Aguda
Boa noite a todos.
As doenças cardiovasculares são causas importantes de mortalidade e morbidade na nossa sociedade. Portanto, devemos estar sempre atentos a todas nuâncias do seu tratamento, para podermos disponibilizar aos pacientes um atendimento digno e correto.
A aula do Dr. Marcelo Franken, disponível no site do Hospital Israelita Albert Einstein apresenta de forma objetiva o tratamento da SCA de forma atualizada. Portanto, recomendamos a todos que assistam a aula, que encontra-se disponível no site:
http://learning.einstein.br/p28gri0uzi3/?launcher=false&fcsContent=true&pbMode=normal
Uma boa aula a todos.
As doenças cardiovasculares são causas importantes de mortalidade e morbidade na nossa sociedade. Portanto, devemos estar sempre atentos a todas nuâncias do seu tratamento, para podermos disponibilizar aos pacientes um atendimento digno e correto.
A aula do Dr. Marcelo Franken, disponível no site do Hospital Israelita Albert Einstein apresenta de forma objetiva o tratamento da SCA de forma atualizada. Portanto, recomendamos a todos que assistam a aula, que encontra-se disponível no site:
http://learning.einstein.br/p28gri0uzi3/?launcher=false&fcsContent=true&pbMode=normal
Uma boa aula a todos.
Eleições SOPAMI
Boa noite a todos!
Estou aproveitando este espaço para lembrar a todo associado em dia da AMIB, que amanhã inicia o processo eleitoral das diretorias regionais e dos Associados Representantes da AMIB.
Estamos concorrendo para a nossa diretoria (com a chapa presidida pela Dra Fabiana Araujo e composta por Dt Erick Albuquerque, Dr Andre Macedo, Dr Ericksson e eu - Paulo Gottardo -, bem como para representantes associados com Dra Yuzeth Assis e Dra Izaura Odir).
A votação será on-line, tendo abertura amanhã (dia 15 de outubro) ás 12h e permanecendo disponível até o dia 22 de outubro, às 12h. Os resultados da eleição serão divulgados no dia 22 de outubro às 16h no Portal da AMIB.
sábado, 12 de outubro de 2013
Princípios da Ultrassonografia Pulmonar: interpretando o Blue Protocol
Boa noite a todos! Voltando a programação previamente estabelecida, após o adendo anterior; postamos agora uma aula introdutória da utilização do US pulmonar em pacientes gravemente enfermos. Baseado no Blue Protocol, esse texto contemplará uma visão simples e resumida da ultrassonografia pulmonar, como visualizaremos abaixo:
Até a década de 90 o ultrassom era considerado um exame completamente inelegível para a análise pulmonar. Baseando-se no fato que o ar contido nos pulmões impedem a propagação das ondas de ultrassom, o que impossibilitaria a criação de imagens clinicamente úteis. O que limitou o US para quantificar derrames pleurais e guiar procedimentos (toracocentese).
Porém isso começou a mudar quando o Dr. Daniel Lichtenstein e a equipe do Ambroise Paré começaram a identificar alguns achados que se repetiam sistematicamente nas patologias pleuro-pulmonares. Estes achados foram então organizados em perfis e possibilitaram uma quebra de paradigma, comprovando que o US é um exame de grande acurácia para a identificação da grande maioria das doenças pleuro-pulmonares em pacientes gravemente enfermos. A partir disso, inúmeros estudos foram desenvolvidos, dentre os quais, o Blue Protocol merece um grande destaque por ter sido o norte da maioria dos estudos que se desenvolveram posteriormente.
O Blue Protocol foi desenvolvido com a finalidade de propor uma ordem racional ao exame, o validando para o dar o diagnóstico diferencial de dispnéia no pronto-socorro. Proporcionando uma maior agilidade e rapidez a sua aplicação. Primeiramente, houve a preocupação de apontar quais seriam os locais a serem avaliados pelo examinador no tórax do paciente. Idealmente deveríamos fazer uma varredura de todo o tórax, porém isso traria uma maior dificuldade e acarretaria num exame inviável para ser realizado de modo urgente pelo tempo que levaria. Assim, decidiu-se que a análise de poucos pontos (como acontece na ausculta pulmonar) poderiam acrescentar rapidez e agilidade ao exame. Esses foram descritos como os pontos “B”, os quais podemos ver na figura abaixo abaixo:
Nesses pontos, o transdutor deve ser colocado perpendicularmente ao gradil costal, formando uma imagem típica. A qual é descrita pelo Dr. Daniel Lichtenstein como “Bat Sign”. Configurando um espaço que levou a denominação de “Merlin’s space”.
Com a sistematização dos pontos de análise, faltava organizar uma forma de diagnosticar as patologias de modo simples e perpetuável. Assim, três perfis foram descritos: perfil A, perfil B e perfil C.
Quando não há deslizamento pleural algumas hipóteses devem ser consideradas: pneumotórax, intubação seletiva, ou alguma patologia pleural que implique nessa ausência.
Para o diagnóstico de pneumotórax além da ausência do deslizamento pleural, ao ser avaliado o modo M, existe um sinal característico chamado de sinal da estratosfera. Um sinal patognomônico de pneumotórax é o Ponto P. O qual é a ilustração da movimentação da caixa torácica através do ciclo ventilatório que ocasiona a movimentação da lâmina de ar durante esse período.
Portanto, a ausência de deslizamento pleural não confirma o diagnóstico de pneumotórax. Porém, a presença de deslizamento, afasta esse diagnóstico. Ainda, conclui-se que se há ponto P, há pneumotórax.
O perfil A for caracterizado como o indicativo de um “US pulmonar normal”, ou seja, sem fibrose intersticial, sem edema cardiogênico, sem consolidação e sem pneumotórax. Ou seja, ou o paciente não tem alteração ou o paciente tem uma doença que poupa o parênquima que tem ligação com a pleural (como DPOC, Asma ou TEP). Seu diagnóstico é baseado em dois principais achados: a presença de deslizamento pleural e de Linhas A. Essas são artefatos que se formam quando a onda de US incide em uma pleura (a qual é caracterizada por uma linha branca que está a 0,5 cm da que possua um parênquima livre de qualquer alteração em seu contato. Como o US é refletido pelo ar, ao incidir no ar ele reflete a linha pleural (linha branca encontrada há 0,5 cm da costela), a uma distância “x”, a qual é igual a encontrada entre a superfície da pele a linha pleural. As linhas A seguem então o mesmo princípio e se propaga sucessivamente, como podemos ver na figura abaixo:
Na vigência da presença de um perfil A, em um paciente dispnéico, um achado diferencial é o de tromboembolismo venoso. Para confirmar ou não esse diagnóstico é necessário avaliar a presença de trombose venosa profunda.
A ausência de TVP em um paciente dispnéico com perfil A corrobora com um diagnóstico de DPOC ou de Asma.
O perfil B é caracterizado pela presença de 03 ou mais linhas B (linhas que bem definidas, que se originam da linha pleural, que se acompanham o deslizamento pleural, apagam as linhas A e se perpetuam até o final da tela). Seu significado clínico é relacionado ao diagnóstico de edema cardiogênico ou fibrose pulmonar. Ou seja, ao encontrarmos um paciente com dispnéia e perfil B no pronto socorro, temos uma grande probabilidade e inferir que se trata de um paciente com edema pulmonar cardiogênico e assim guiarmos nossas condutas baseados nesses achados.
O perfil C é caracterizado por alterações pulmonares como o aerobroncograma dinâmico, consolidações, sinal do retalho ou linhas C (aparência semelhante a uma linha B, que se origina de uma consolidação subpleural). Essas alterações podem ser visualizadas nas figuras abaixo:
O Blue Protocol é baseado no fluxograma abaixo:
Portanto, o Blue Protocol consegui demonstrar com seus resultados que o US é um exame de grande valia no diagnóstico do paciente com dispnéia no pronto-socorro.
As próximas postagens irão demonstrar algumas peculiaridades do US pulmonar. Abordando sua aplicação clínica no diagnóstico e na monitorização de pacientes gravemente enfermos.
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